Artigo 186 do Grão-Mestre Geral Adjunto, Barbosa Nunes, para o Jornal Diário da Manhã, de Goiás, edição de 30 de agosto de 2014.
Ao final deste artigo, crianças de 4 a 8 anos, em pesquisa feita por profissionais de educação e psicologia, responderam : “O que é o Amor?”.
Quando de minhas viagens para proferir palestras maçônicas e sobre o programa “Maçonaria A Favor da Vida-Contra as Drogas”, minha rotina é sempre adquirir livros nas livrarias dos aeroportos e os dato com o registro do local em que me encontrava.
Em julho de 2000, adquiri no aeroporto de João Pessoa-Paraíba, o livro de Léo Buscaglia – Editora Nova Era, intitulado com uma só palavra, “Amor”. Faço sua releitura nestes dias.
Tema atraente e que se renova em mim, sobretudo em momento que o mundo não tem espaço para o amor. Guerras às dezenas, milhares de vidas de homens, mulheres e crianças, cruelmente ceifadas pela disputa do poder entre os adultos.
Crianças que passam a não saber ou conhecer a dinâmica do amor, necessidade tão forte, que a falta dele afeta o crescimento e o desenvolvimento, isto quando não são mortos. O amor é criativo, nunca destruidor.
Léo Buscaglia diz: “A necessidade da convivência do amor é o principal objetivo da vida de uma pessoa. Com a falta do amor surgem neuroses e psicoses na idade adulta”.
A violência está mudando o homem de bem, o trabalhador.O pai de família passa a ser refém destes tempos e aí se isola, quando pode, para se defender e viver. Os jovens isolados em seus mundos, falando e formando amizades virtuais, estão cada vez mais solitários.
Em outro trecho do livro “Amor”, o autor assim se expressa :”O ser humano amoroso deve se preocupar consigo, eis a primeira questão, como se quisesse dizer:Quanto melhor eu for, mais terei para dar. Quanto maior a compreensão que tiver, maior será minha capacidade de ensinar aos outros e de me tornar ser humano mais fantástico, bonito, extraordinário do mundo”.
O homem não tem escolha a não ser o amor. Quando não o faz encontra suas alternativas na solidão, na destruição e no desespero.
“Santo Agostinho” fala que “A única pessoa que pode te amar verdadeiramente é Deus, porque o amor dos homens tem muitas falhas, como ciúme, desconfiança, medo, raiva, discórdia, falsidade e interesse”.
Já “São Paulo”, no maravilhoso texto muito conhecido, descreve o amor:”O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante, nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, não crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará”.
O amor das crianças é puro, sincero, desinteressado, e a inocência abençoada de crianças de 4 a 8 anos, em pesquisa, produziram as seguintes respostas, para a pergunta, “O que é o Amor?”:
1 – “Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai e toma um gole antes, para ter certeza que está do gosto dele”. (Danny, 6 anos)
2 – “Amor é quando mamãe vê o papai suado e mal cheiroso e ainda fala que ele é mais bonito que o Robert Redford”. (Chris, 8 anos)
3 – “Amor é quando você sai para comer e oferece suas batatinhas fritas sem esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela”. (Chrissy, 6 anos)
4 – “Amor é quando seu cachorro lambe sua cara, mesmo depois que você deixa ele sozinho o dia inteiro”. (Mary Ann, 4 anos)
5 – “Quando minha avó pegou artrite, ela não podia se debruçar para pintar as unhas dos dedos do pé. Meu avô, desde então, pinta as unhas para ela. Mesmo quando ele tem artrite”. (Rebeca, 8 anos).
6 – “Durante minha apresentação de piano, eu vi meu pai na platéia me acenando e sorrindo. Era a única pessoa fazendo isso e eu não sentia medo”. (Sindy, 8 anos)
7 – “Eu sei que minha irmã mais velha, me ama, porque ela me dá todas as suas roupas velhas, e tem que sair para comprar outras”. (Lauren, 4 anos)
8 – “Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito amigos, mesmo conhecendo há muito tempo”. (Tommy, 6 anos)
9- “Quando alguém te ama, a forma de falar seu nome é diferente”. (Billy, 4 anos)
10- “Há dois tipos de amor, o nosso amor e o amor de Deus, mas o amor de Deus junta os dois”. (Jenny, 4 anos)
11 – “Se você quer aprender a amar melhor, você deve começar com um amigo que você não gosta”. (Nikka, 6 anos)
12 – “Não deveríamos dizer eu te amo a não ser quando realmente o sintamos, e se sentimos, então deveríamos expressá-lo muitas vezes. As pessoas esquecem de dizê-lo.” (Jéssica, 8 anos)
13 – “Amor é quando alguém te magoa, e você, mesmo muito magoado, não grita, porque sabe que isso fere seus sentimentos.” (Mathew, 6 anos).
É preciso confiar e acreditar no amor, pois é o único caminho para a vida de uma humanidade mais amorosa. Posso, neste artigo, ser criticado por alguns como um sonhador e estar enfocando um vocábulo muito expressado e pouco praticado, pois o amor e as práticas do mundo real parecem estranhos, separados.
O livro “Amor”, que sugiro sua leitura, conclui nosso artigo, com a firmeza de um grito:
“Crucificaram Jesus, deram um tiro em Gandhi, decapitaram Thomas More e envenenaram Sócrates. A sociedade tem pouco espaço para a honestidade, a ternura, a bondade. É o jeito do mundo.”
Para mim, o Amor encontra-se nas respostas dessas crianças de 4 a 8 anos.